Campinas está entre as principais cidades que receberão a estreia do premiado filme “O Céu Sobre os Ombros”. O longa, que é dirigido por Sérgio Borges, foi todo produzido e gravado em Belo Horizonte e contou com os fundos da Petrobrás Cultural. A estreia está marcada para essa sexta, 18 de novembro, no Cine Topázio do Shopping Prado.
A obra participou de vários festivais nacionais e internacionais, (entre eles, os do Uruguai e da Argentina), mas o mais expressivo foi o Festival de Brasília, onde o longa conquistou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Montagem e um Prêmio do Juri, levando, dessa forma, cinco “Calangos” pra casa.
“O Céu Sobre os Ombros” é um filme que conta histórias de vida e do cotidiano pelo olhar de três pessoas anônimas: “Everlyn é uma transexual que fez mestrado sobre os diários de um hermafrodita do século XIX e vive entre a prostituição e os cursos de sexualidade que ministra como professora. Murari é um devoto da religião Hare Krishna e do time de futebol do Atlético Mineiro, líder de torcida organizada. Lwei é africano descendente de portugueses e escreve vários livros ao mesmo tempo, sem nunca ter chegado à conclusão de nenhum. Nunca trabalhou.”
Essas histórias e esses personagens conversam e interagem entre si, mas não de uma forma física e sim conceitual, destacando certas unicidades humanas que, independente de cultura, criação e contexto social, as pessoas costumam ter em comum. Evidencia-se aí os desejos, as carências, os vazios e as formas de se lidar com a vida, mostrando de uma forma simples, sincera e cativante as profundas sensibilidades humanas.
Um dos principais fatores que potencializam o filme e o deixam muito mais atrativo e interessante é o fato de ele dialogar o tempo todo com um formato documental, mas sem se isentar da subjetividade do real. Mesmo tendo um caráter ficcional, ele, desde o seu argumento, trabalhou na busca de atores que tivessem perfis e histórias reais e por meio delas, pudessem atuar dentro dessas realidades.
Todo o roteiro foi feito em cima dessa “realidade” já existente e ao mesmo tempo criada com a ajuda desse processo quase orgânico de composição cinematográfica. Não se sabe quando essas pessoas estão atuando, sendo verdadeiras, ou inovando em suas próprias transformações sociais. E o barato é exatamente esse: mostrar a vida de três pessoas totalmente anônimas com uma linguagem bem próxima do real, ou seja, o mais próximo possível do seu ser - humano.
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